Com uma frequência assustadora e cada vez maior, vejo-me a pedir que chegue logo, o quanto antes, o fundo do poço. É a crença redencionista, apocalíptica, cristianíssima, de que a maldade tem que se revelar em toda a sua grandeza para que depois, só depois, nos rendamos à luz, à paz e à harmonia. E, no entanto, sendo o poço um poço, a queda sem fundo é horrível, abismal, mas a outra alternativa – o encontro com o fundo – é trágica. E fatal.
Mas não é um poço. E não tem fundo – embora possa ser trágica – e fatal. É a realidade, que sempre pode piorar. Sempre! E melhorar.
Somos amistosos e curiosos, inteligentes e irreverentes, engraçados e atarefados, brincalhões e trapalhões, optimistas e saudosistas, pensativos e cognitivos, ingénuos e ténuos, divertidos e vividos, sabichões e amigalhões, honestos e lestos, vaidosos e afectuosos, empenhados e assanhados, extravagantes e acutilantes, compreensivos e objectivos, sociáveis e admiráveis, distraídos e agradecidos, orgulhosos e atenciosos, pacatos e sensatos. Mas... atenção! Não nos comam!
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
O Fundo do Poço
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